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Likosaurus: Sarcosuco

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Likosaurus!

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sarcosuco

© Don Foley


Nome científico: Sarcosuchus imperator e S. hartii (Crocodilo Imperador da carne?)
Tamanho: aproximadamente 12 metros de comprimento.
Alimentação: carnívora.
Peso: 8 a 10 toneladas aproximadamente.
Viveu: África e TALVEZ América do Sul.
Período: Cretáceo, 110 milhões de anos atrás.

O Sarcosuchus, era conhecido até pouco tempo atrás, apenas por alguns poucos dentes e placas osteodérmicas fossilizadas encontradas nas décadas de 1940 e 1950 no deserto do Sahara, pelo paleontólogo francês Albert-Félix de Lapparent. No entando em 1997 e 2000, o paleontólogo Paul Sereno encontrou na África meia dúzia de esqueletos, sendo que um deles tem metade perfeitamente preservada e praticamente toda a coluna vertebral quase intacta.
Estudos nas placas osteodérmicas de um indivíduo que atingiu 80% do tamanho total sugerem que o Sarcosuchus crescia durante aproximadamente 50 a 60 anos, quase a média de vida de uma pessoa. O maior espécime encontrado fez os paleontólogos imaginarem que também é o mais velho encontrado, atingindo idade bem avançada. O crânio deste gigantesco crocodilo podia atingir 1.78 metros, maior que o crânio de qualquer dinossauro terópode já encontrado. Ele possuía uma característica marcante, suas mandíbulas eram muito estreitas e alongadas, ainda mais na juventude. Ao chegar a uma idade mais avançada seu focinho se engrossava, mas a diferença era pouca e a ponta perto das narinas ficava com uma forma mais arredondada. Essa forma é parecida com a encontradas em Gaviais, crocodilianos que existem nos dias atuais. Porém, ao contrário dos Gaviais, espécie em que apenas o macho apresenta o calombo ou focinho arredondado, os Sarcosuchus possuíam em todos os espécimes encontrados o focinho desta forma, ou seja, não é uma característica de dimorfismo sexual. Sereno indagou a especialistas em répteis atuais, o possível motivo de tal "protuberância", e as teorias criadas variam desde uma função auxiliadora do olfato até um sistema de vocalização. As mandíbulas eram praticamente 75% do tamanho total do crânio. Possuía 132 dentes grossos e cortantes nas mandíbulas, que exerciam grande pressão ao morder, força que junto com os dentes adaptados para segurar, tornavam a fuga da presa quase impossível.
Tinha toda a extensão de seu corpo, principalmente a parte das costas, recoberta por placas ósseas que serviam de proteção e também para sustentar a massa de seu corpo. A maior placa tinha um metro de comprimento, mas ao ganhar em proteção, o sarcosuchus perdia em agilidade e mobilidade, provavelmente porque algumas placas poderiam restringir determinados movimentos.
Esse é um dos maiores crocodilomorphos já descobertos, está entre os recordistas , ao lado do Deinosuchus e Purussauro. Há duas teorias para seu comportamento alimentar.

1º - Caçador de presas grandes: Com certeza era carnívoro e um predador provavelmente oportunista, que usa de emboscadas para capturar a presa. Podemos supor que este gigante ficava nos rios e lagos da África do início do Cretáceo, somente com os olhos para fora da água, que segundo Sereno eram adaptados a uma visão telescópica, permitindo ao animal ficar com o corpo todo submerso em maior parte do tempo, esperando que um animal, dinossauro pequeno por exemplo, se aproximasse para beber água. Atacaria em um bote mortal arrastando a vítima para a água, com ajuda de seu focinho longo e forte e dentes preparados para esmagar e agarrar, que ajudariam a liquidar a presa, matando-a também por afogamento. Após o ataque rasgaria pedaços de carne e os engoliria sem mastigar, em casos de animais grandes, porém quando a presa fosse pequena, uma tartaruga ou peixe, seria provavelmente engolidos inteiros.
2º - Dieta piscivora: No entanto, os especialistas em crocodilianos atuais, põe em dúvida essa ideia de que os sarcosuchus pudessem caçar animais grandes, porque seu focinho muito fino, estreito e frágil não suportaria um choque forte ou pressão grande e poderia quebrar ao tentar agarrar e arrastar um grande animal. Estes cientistas se baseiam em animais de hoje para isso, sendo eles o gavial já citado anteriormente, o falso gavial e o crocodilo de focinho delgado, todos com focinho fino e dieta baseada em peixes apenas, por não conseguir caçar grandes presas.
Então este animal e o gavial fazem uma dupla totalmente oposta ao atual crocodilo do nilo e o extinto Deinosuchus, ambos possuidores de mandíbulas largas e fortes adaptadas para caçar presas grandes.
Isso sugere que o Sarcosuchus é somente um equivalente ao Gavial, um grande piscivoro, ao contrário do contemporâneo Deinosuchus a América do Norte, que poderia caçar dinossauros.
Mesmo assim o Sarcosuchus é muitas vezes retratado atacando dinossauros grandes, até o suchomimus como poderá ver em seguida.
Da mesma forma que os crocodilos atuais fazem diversos sons, o Sarcosuchus também devia utilizar de ruídos variados, desde roncos e guinchos a gritos e rosnados ferozes, entre outros sons, que serviriam para marcar território, atrair parceiros para acasalar, chamar membros da família, como filhotes pequenos e espantar predadores, que a julgar pelo tamanho do crocodilo, deviam ser poucos.
Porém um dinossauro poderia tentar atacar o sarcosuchus, ou vice-versa. O Suchomimus, um grande terópode africano que media em torno de 11 metros de comprimento, viveu na mesma época e local que o sarcosuchus, permitindo que em um encontro entre ambos surgisse uma violenta luta. Se o suchomimus fosse arrastado até a água dificilmente sobreviveria, e o sarcosuchus em terra teria desvantagens em relação à altura e agilidade do outro predador. Mas o crocodilomorpho não teria problemas em atacar dinossauros grandes, como saurópodes, diz Paul Sereno, porque seu porte era tão avantajado que seria um predador do topo da cadeia alimentar naquela época.

Sarcosuco Ataca Suchomimus


Devido à disposição dos dentes, alguns pesquisadores não acreditam na teoria de que o animal comia peixes como dieta primária, pois eram dentes moldados para segurar presas grandes. Em contrapartida se analisarmos o tamanho dos peixes que viveram na mesma época, veremos que eram grandes, maiores de 1,80 metros e pesando em torno de 100 quilos, senão mais que isto, podendo ainda contar com placas protetoras na pele em forma de escamas resistentes, o que pode explicar o alinhamento de dentes do crocodilo gigante. Podemos sugerir que o réptil se alimentasse basicamente de peixes e complementasse a dieta com animais terrestres, mas somente após estar totalmente desenvolvido, pois na época juvenil o focinho seria frágil demais para esta empreitada.
O Deserto do Sahara no Cretáceo ainda era uma planície tropical com vários rios, lagos e vegetação abundante. Mas ao contrário do que ocorre atualmente, com os crododilianos que geralmente são todos de formas semelhantes, no Cretáceo da África não existia apenas um tipo de crocodilo no mesmo local, pelo menos 4 espécies diferentes e de formas variadas foram encontradas nas mesmas rochas de onde o "Supercroc" foi retirado.
Foram encontrados até hoje fósseis da coluna vertebral, ossos dos membros, placas osteodérmicas, cintura pélvica e meia dúzia de crânios, que ao contrário dos crânios de dinossauros que são mais frágeis e se fossilizam menos, o dos crocodilos são mais resistentes e rendem mais fósseis.
Os paleontólogos usam os Anéis Anulares das placas osteodérmicas dos répteis antigos para determinar a idade em que morreram, assim como os anéis de uma árvore. A cada ano uma "nova camada" se forma sobre a antiga e forma anéis que podem ser vistos num corte transversal. Cada anel teoricamente representa um ano, sendo que um sarcosuchus com 80% de seu tamanho total usado em um estudo, tinha osteodérmicas com 40 anéis, indicando que viveu por 40 anos. Alguns pesquisadores contradizem esta teoria, pois afirmam que esses anéis são difíceis de serem definidos em animais que viveram em climas sazonais sem temperaturas extremas, como é o caso da era Mesozóica.
O esqueleto mais completo não foi suficiente para determinar o tamanho máximo do animal, então o maior crânio encontrado foi usado para estimar um tamanho, baseando-se em crocodilos atuais, na proporção corporal em relação à cabeça.
Paul Sereno afirma que como os crocodilos atuais tem duas fases de crescimento, inicialmente com uma taxa de desenvolvimento rápida e com o passar dos anos uma fase de desenvolvimento mais lento. Assim também deveria ser com os crocodilos extintos.
Uma explicação plausível para o tamanho exagerado desse e de outros crocodilos extintos é que cresciam por mais tempo. Os animais atuais crescem até os 10 anos apenas, depois seu crescimento praticamente estabiliza e as mudanças são mínimas. Já o Deinosuchus por exemplo, crescia até por volta dos 35 anos, o que permitia chegar a um tamanho bem maior, assim como o Sarcosuchus.
O Sarcosuchus não é um ancestral dos crocodilos modernos, pois para ser considerado CROCODILIANO precisa estar inserido no clado Crocodilia. O Clado deste animal é o Pholidosauridae, um grupo mais distante dos crocodilianos.
IMPORTANTE: Não confunda Crocodiliano (que pertence ao clado Crocodilia) com Crocodilomorpho (que tem forma de crocodilo). Existem também o grupo chamado Crocodilomorpha, répteis com forma de crocodilo derivados dos archosauros, grupo de que descendem também aves e dinossauros, incluindo também os crocodilianos.
Placas osteodérmicas e dentes fossilizados encontrados no Brasil parecem ser de um parente muito próximo do Sarcosuchus, o que pode sugerir que a África e América do Sul estiveram ligadas ainda no Cretáceo, mesmo que por estreitas faixas de terra, ao contrário do que se pensava, pois supunham que neste período os continentes já estivessem separados.
Os fósseis foram achados no deserto Gadoufaoua, Niger no Deserto de Ténéré, o qual faz parte do Sahara. O primeiro achado foi nos anos da década de 1940 e 1950, como citado anteriormente, porém em 1964 um crânio foi descoberto e chamou a atenção de Philippe Taquet. Depois de ser enviado à França, os fósseis foram estudados até 1966 quando foram formalmente descritos e nomeados, antes de serem devolvidos ao Niger.
Seu nome provém do Latim, Sarco (carne), suchus (crocodilo) e imperator (imperador), o que talvez signifique Crocodilo imperador da Carne ou Crocodilo carnívoro imperador.
A outra expedição em busca de mais fósseis foi feita em 1997 por Paul Sereno, continuando as buscas em 2000, em uma Formação rochosa conhecida como El Rhaz Formation, qual é datado dos estágios Aptiano até Albiano do final do período Cretáceo. Além de vários esqueletos e crânios de Sarcosuchus, Sereno recuperou pelo menos 20 toneladas de outros fósseis de variadas espécies.

O escultor sobre sua escultura
© Gary Staab



O Sarcosuchus também aparece no documentário da BBC Walking with Dinosaurs Special: Giant Claw and Land of Giants. É mostrado no episódio Land of Giants, quando Nigel Marven volta no tempo por um portal até a Patagônia do Cretáceo e acaba enfrentando o crocodilo em um lago.

Fontes: Supercroc.org, Wikipedia, National Geographic.

Um comentário:

semfreios disse...

bota o resto da história.